Meu querido mês de Agosto ~ Quem vem para Portugal?


Se há uns dias falei de Portugal e das férias dos "nossos" emigrantes, está na altura de falar de forma mais aguçada desse mês das férias, o mês de Agosto. 




Agosto significa: emigrantes a voltar as suas terrinhas, estrangeiros a passear os escaldões que conseguiram nas praias lusas e as férias da típica família portuguesa

Não é o meu objectivo denegrir a imagem de cada uma destas espécies raras, mas há certos pormenores que devem ser salientados:


EMIGRANTES


É conhecido como o povo que está a fazer vida lá fora e só vem passar as férias a Portugal; usa a língua materna apenas e só em caso de incompreensão extrema por parte de quem os escuta; costumam deslocar-se em carros aparatosos, mas cujas idades são, no mínimo, 10 anos. Os veículos, geralmente, têm estofos a imitar couro, bandeiras de Portugal nos bancos, um cachecol do clube do coração (normalmente um dos clubes ditos "grandes"), um terço e/ou uma cruz pendurada no espelho retrovisor.


ESTRANGEIROS

Só estão em Portugal para gastar dinheiro, o que é bom! Por outro lado, isto por aqui fica apinhado deles e não se anda para lado nenhum por causa deles, o que é mau! O turismo fica a ganhar mas Portugal mais parece uma colónia de férias dos filhos dos empregados da EDP. 


A FAMÍLIA PORTUGUESA

Esta espécie requer um tratamento mais personalizado e cauteloso, visto ser a espécie local. A típica família tuga é constituída por um patriarca (normalmente obeso), uma mulher (não importa o tamanho) e dois filhos (não importa o sexo nem a idade, desde que pelo menos um deles ande a correr livre e nú pela praia). Na praia, a família tuga não dispensa o guarda-sol, o pára-vento e a cesta que inclui tudo, desde o rádio a pilhas do avô até à sandes mista e a suculenta pêra. É frequente ver o patriarca a dormir ou de costas voltadas para cima da toalha, encontrando-se a mulher encavalitada em cima das mesmas a espremer borbulhas. O pêlo das costas do patriarca é imaculado porque "macho que é macho" tem pêlo. Entretanto, os mais jovens divertem-se nas suas brincadeiras que vão desde mergulho-auxiliado-por-bóia-em-forma-de-pato até chutar-a-bola-até-acertar-em-alguém. De vez em quando, pode aparecer um outro elemento: o(a) amigo(a) de família que é caracterizado por não fazer nada, mitrando-se a tudo que exista na já referida cesta e ajudando na formação intelectual dos miúdos com frases do tipo "´Ó pilinhas, 'tás a apanhar sol na gaita?" ou "Oh Azeiteiro, ou paras quieto ou levas já uma galheta que te viro a tabuleta ao contrário". Deveras instrutivo.


E tudo isto me leva a pensar: Férias? Quando?

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