Queima das Fitas do Porto 2015 - breves considerações




Não têm sido dias fáceis, acreditem.
Moro ao lado da Queima das Fitas e não há nada pior do que viver a Queima das Fitas fora do recinto.

Em primeiro lugar, são tempos que deixam saudades - pelos amigos, pelos concertos e claro está, pela aventura recinto fora à procura dos "shots à pala".

Sempre me disseram para "aproveitar a vida de estudante" porque o mundo real seria diferente. E é!
Quando saímos da faculdade procuramos aquilo que os nossos pais sempre tiveram para nos sustentar: em emprego.

E é esta "coisa" que assusta muitos estudantes, principalmente os seres carregados de matrículas e que mandam naquela coisa que é a Praxe. Mas, vou passar à frente deste tema prometendo voltar ao mesmo numa altura em que certas flores de estufa saibam ler/escutar opiniões sem injuriar.

Gostaria de vos dizer que esta tem sido uma semana particularmente difícil visto que morar nas imediações da Queima das Fitas é sinónimo de noites mal dormidas - isto até podia ser algo positivo se o concerto que ouvi com maior nitidez não fosse o do Quim Barreiros.

Mas a Queima das Fitas prolonga-se dia fora com uma quantidade de zombies a percorrerem as ruas de Matosinhos, alguns vestidos de negro como qualquer estudante e outros com roupa de quatro dias (sim, estamos a caminho da 5ª noite de queima). Brancos como a cal eles deambulam por aí enquanto eu rezo para que nenhum maluco fanático pela série Walking Dead lhes limpe o cebo.

Imagino a quantidade de virgens que percorrem a Queima à procura da sua primeira experiência (um simples beijo era vitória) e recordo-me dos tempos bem passados a observar os meus amigos de curso a fazerem essas figuras. São recordações que ficam! Isso e o peso do meu primo aos ombros enquanto arrastava os seus 110 kg até ao INEM. São recordações marcadas no lombo.

A Queima é basicamente um combate de Vale Tudo onde a grande maioria das pessoas se tenta colocar K.O. através da ingestão de bebidas alcoólicas e substâncias psicotrópicas.

Mas, acima de tudo a Queima é uma altura do ano que deixa saudades e aprimora os sentimentos de nostalgia relativamente aos tempos passados.

Àqueles que a vivem neste momento, não observem ou copiem os exemplos dos mais velhos. A vossa preocupação devia ser a diversão e não beber o mais que puderem porque essa é "a lei do mais forte".

Para terminar, chamem-me de velho ou do que quiserem, mas das duas uma: ou forram o recinto da Queima das Fitas com cortiça para minimizar o barulho ou eu contacto a Al-Qaeda.

Gostaria de beber uma carrada de shots em honra aos velhos tempos, mas como o futuro-presente que me aguarda não depende de álcool e há pessoas que tomam decisões para crescer na vida fora das asas dos pais... vou só ali trabalhar um bocadinho... Completamente lúcido e deixando essas vidas e experiências para os mais novos desfrutarem.

Porque é disso mesmo que se trata, desfrutar.
Mas sempre com a máxima: tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém.

Continuação de uma boa Queima povo estudante (e mitras e chavalada do secundário que também lá se inflitra)!!



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