Moral da história?!



Escrevo e apago diversas vezes o que escrevo. 
Depois escrevo algo novo e torno a apagar. 
À procura do texto, para mim perfeito, coço a cabeça sem cessar.
Afasto-me da secretária em direcção à varanda;
Acendo um cigarro.
De repente, pouso-o no cinzeiro e dirijo-me ao portátil...
Em busca da frase perfeita torno a escrever!
Olho, analiso e torno a apagar.
Por vezes, dou-me ao luxo de editar o que escrevi.
Mas só às vezes porque nem sempre tenho sorte!
E o melhor do que é escrevo fica guardado em gavetas.
Sim, guardado!
Calmamente, à espera da luz que um dia há-de ver.
Mas até lá, eu vou escrevendo da mesma forma.
Como este texto. Este mesmo!
Por certo, vocês não imaginam as vezes que ele foi editado antes da sua publicação.
Nem vocês nem aqueles que nos contratam... Nós, aqueles que escrevemos!!
Porque quem trabalha merece o retorno merecido...
Se tem êxito deve ser compensado pelo menos com o acordado. Nada mais foi pedido... Somente o que é devido.
E assim anda a vida nas artes... A ser escrita e reescrita pelos mesmo que a teimam em destruir! Bons samaritanos vestidos de negro e empunhados de foice nas horas verdadeiras.
Falsos, oportunistas e mentirosos... Mas com sucesso em Portugal!
Porquê? Porque estão de bolsos cheios com o trabalho dos outros.
Não vou mais editar o texto.
Talvez noutra oportunidade... Talvez quando a arte tiver força para apagar quem a quer apagar!
Agora, vou ver se acabo o cigarro que ficou a queimar na varanda.
Provavelmente o vento já o fumou!
É só mais um oportunista que se esquece que cada maço tem 20 cigarros e os outros 19 são meus...


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